terça-feira, 10 de agosto de 2010

Réquiem.

Isto que eu Te escrever é rápido. Tão rápido quanto uma piscada de olhos.
Vai pingando no silêncio das minhas palavras as notas soltas do meu grito. Porque eu escrevo gotas de silêncio que pinga pinga pinga pinga...
O que eu Te escrevo neste instante é apenas um gesto despercebido. Um adeus. O trem mergulhando na madrugada de orvalho. É Bach em si menor. Paixão Segundo São Mateus.
O sofrimento não é carne, é o ser. Eu que não sei me ser. Crucifixus.
Os pombos estão morrendo de fome, Irmão, dai comida aos pombos!
Esmigalhei com a minha mão uma rosa e suas pétalas maceradas eu as guardei em meu peito. E no momento em que não vi - elas se foram. Fechem as portas e as janelas! Badalem os sinos da igreja, decretem luto nacional: A Rosa morreu!
... os pombos morrem de fome...
É isto o que Te escrevo: o badalar dos sinos.
Pausa.

O que Te escrevo, neste momento em que Me lês, dissolve-se na solidão.

2 comentários:

  1. Dá um lamento hipnotizante ler este texto. hipnotizante!...vc escreve mto! mto! auhsuahs

    ResponderExcluir
  2. gostei do latin titular
    pra um canceriano ouvindo damien rice após ter lido nietzsche acho q esse texto vai estampar bem as paredes do meu quarto escuro plenamente as 15 36! [roubei e postei no vita habeant] abrçs!

    ResponderExcluir

Seguidores