sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amor.

(Para a Bruna Takahashi)

O vermelho e a púrpura irradiaram com uma força brutal. As cores mancharam em borrões o negro da sala sem luz. Mas era de noite – e havia a Lua espiando. Mas era de noite – e o mistério era uma chama fraca que se incandescia sem força. Era de noite – e o mistério se encerraria a sete chaves no profundo escuro da Terra.

E quando o vermelho e a púrpura pareciam se fundir, de repente o amarelo começou a orvalhar a noite. E as três cores pareceram lutar em si, insanas, famintas, prestes a se rebentarem com violência. Aquela água púrpura avermelhada fora ficando cada vez mais amarelada com o ar suave e fresco da noite. E, com uma impaciência que só a Natureza às vezes tem, um turbilhão se formou em ira e, quem o olhasse a certa distância veria apenas três cores lutando entre si num tornado bruto, cego e violento. No céu, a Lua pareceu se dissolver em pânico... três grandes astros pareceram se aproximar com imponência. Mercúrio, Marte e Plutão oscilaram entre as cores que se inquietavam. Estaria havendo uma guerra? perguntou a Lua que se escondera atrás do Sol. Não, está se fazendo uma nova vida!, respondeu o Sol em suave delírio.

Então as três cores se fundiram e assim nasceu uma cor que se esparramou pela Terra...

A essa nova cor, os homens chamam-na de Amor.

22 de julho de 2011

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