quinta-feira, 18 de março de 2010

O Homem.

A noite escura era cortada pela lua crescente que, no alto do céu, diluía o silêncio do homem no vazio. Os sinos badalavam longínquos, solenes e ocos. E o seu maior terror era esse: a de ser apenas um homem numa noite vazia, numa escuridão que já não era mais sua; abandonado entre um vasto mundo sem dimensões, ele se reduziria ao ponto máximo de solidão, um corpo sem circunferência que, derramado no mistério da noite sem estrelas. Ele estava abandonado, contemplando a si mesmo através de um olhar incompreendido – uma suave brisa noturna de verão que o envolvia como um manto refrescante.

2 comentários:

  1. Saber usar as palavras tão bem assim é um dom muito bonito!!! Parabéns pelo blog Lê!!!!

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