Tenho, com certa freqüência, esquecido de regar as plantas.
Tenho,
também,
esquecido de responder os recados da minha caixa postal.
Não abri uma carta –
só vi no verso do envelope umas letras miúdas...
Não abro mais a porta;
nunca deixo as pombas ciscarem em meu quintal...
Tirei o telefone do gancho e
não reguei as rosas do meu jardim.
Quando saí de casa,
saí de fininho – na ponta dos pés.
E no caminho – de algum lugar –
Eu esmigalhava com meus pés uma imensidão de coisas ignoradas,
folhas mortas que caíram do céu e que aveludaram meu caminho...
não quis fazer barulho,
assustar os transeuntes,
mas acho que me enganei mais uma vez,
com a esperança de que,
como as folhas secas de outono,
o vento carregasse cada lágrima que ia eu deixando pra trás
formando atrás de mim um rastro prateado
de poeira e solidão...
vc nasceu pra isso. escreve e ponto.
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