quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Eu escrevo. Eu Te escrevo. Pois se Te escrevo, eu me desfaço. Eu que de ti sou - escrevo-me em linhas incertas através do etéreo verde de teus olhos. Quem sou nada mais que tu - e o que tu és nada mais que eu? Sou de ti o que és de mim e tu e eu não existe mais. Pergunto: o que somos então?
Dispensemos os formalismos dos pronomes, pois isto é um grito mudo. Isto é uma fotografia que no momento capto através das palavras que se desenrolam atrás de meus olhos. Escrevo no momento em que me lês - e de repente respiro ao teu lado e em vosso ouvido, sopro: sou tu. Assim como tu me és.
Estou em silêncio. Escuta-o, e verás que há um murmúrio de águas rebentando em pedras enxutas. Mas eu quero este silêncio. Este silêncio feito de nada. Enquanto que na outra ponta surpreendo-me além dos limites supersônicos, atravesso o que há de mais sensível só para dizer: sou Eu.
Mas tu me és.
Então quem sou eu?

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