quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma lamparina e sua sombra.

Hoje eu estou um pouco triste. Cansado, talvez. Ai de mim e essa tristeza sem lágrimas: mais se parece com um suave suspiro do que uma dor. Eu gosto desta tristeza que é fina e sensível e que se abate em mim como uma sombra refrescante no meio de um sol intenso. É um pequeno gracejo, uma palavra arrastada e difícil, creio eu. Um afago suave que aproxima após tanto tempo de distância. Mas os muros do tempo divisam as águas que nos une. O vento lentamente vai varrendo o silêncio do tempo. O crepúsculo é solitário.
É assim que aos poucos vou enrodilhando nas profundezas de minha solidão.
Nem todo o final é feliz. Mas também não é trágico: a verdade em si é dolorida e pode vir carregada por um grande silêncio de uma noite profunda. Sem estrelas. Eu não me habituei a esse casulo vazio que é a vida. Eu preciso ainda encontrar o que dentro dela se esconde e que dá seu sentido. A sua cor. Pois eu sei que há coisas vivas e resplandecentes ocultos em sua escuridão.
Eu estou procurando Deus e sei que minha busca não é em vão. Um dia Ele virá, eu sei.
Assim como não terminar o que te escrevo. Por saber, talvez, que o final será mais impreciso que o começo e o seu meio. Como as espumas do mar que morrem na praia.
Está na hora de apagar a lamparina do passado. E procurar o futuro.

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