domingo, 5 de fevereiro de 2012

Rosa

Da minha boca desabrocham rosas - brancas como espumas - de onde se sente o cheiro de maresia e toda nossa travessia parecia loucura; onde posso sentir nossos perfumes se entrelaçando em mãos firmes; porém, isso chega a ser tão misterioso que... que... sem querer, derrubei um ovo; vejo a clara trêmula ao chão - uma possibilidade rompida pela eternidade, enquanto que uma chama arde em fímbrias alaranjadas, estalando em chibatadas surdas; pois é assim que se parece este teu modo de olhar, tão indiferente, sem pelugem - dois aços frios se erguendo numa muralha de sangue; aproximamos nossas faces e algo nos conduz para esta música sem métrica; debaixo de sua palidez, o que eu vejo? meu Deus, o que fiz de mim afinal!? Pois... pois...Apesar de tudo, ele gosta do silêncio; sente-se suas palavras afundando em plumas; garotas sabem que o seu sorriso é uma ameaça iminente, como o guizo de uma cobra prestes a dar o bote; mas, não mais fatal do que isso é que, olhando-o bem de perto, ele já está morto; ah! espanta-se uma moça logo que vira a esquina - pois é assim mesmo, minha filha: sepultemos o que há de pior em nós - pois foi naquele silêncio que ele docemente morreu...
Minha boca desabrocha em rosas para que no calor da primavera eu colha uma quimera...

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