Nuvens que vagam no céu a pastar...
E eu, o que faço de mim?
Vejo este rebanho ruminando seus sonhos;
Vejo este sol que chove sobre os campos;
Vejo os lírios que desabrocham o silêncio;
E eu, o que faço de mim?
Penso que não há o que fazer.
O certo é se deitar na relva fresca;
Certo é ver esse mar correndo;
As ondas se dobrando em espumas;
Finjo que faço e não sou;
Eu minto – assim eu me salvo;
De quê?
De mim – que sou uma canção desafinada;
De mim – que se apodrece no Tempo;
De mim – que as lágrimas deslizam como víbora;
De mim – pour quoi? Mon dieu!
Mon amour pour toi
Mon chanson est triste…
O que devo fazer?
Vou abrir um livro de poemas
Ao pé de uma árvore
E assim desalinharei toda minha sorte
Em rimas e estrofes
Que eu não vejo entre as palavras...
Devo atravessar a barreira do som?
Devo ser o que sou?
Mas o que sou afinal?
Je suis votre corps,
Je suis l’amour corronder votre âme.
Nuvens que vagam no céu a pastar...
E eu, e eu, e eu?
Et moi?
Fico apenas a esperar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário