quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Papillons

Nuvens que vagam no céu a pastar...

E eu, o que faço de mim?

Vejo este rebanho ruminando seus sonhos;

Vejo este sol que chove sobre os campos;

Vejo os lírios que desabrocham o silêncio;

E eu, o que faço de mim?

Penso que não há o que fazer.

O certo é se deitar na relva fresca;

Certo é ver esse mar correndo;

As ondas se dobrando em espumas;

Finjo que faço e não sou;

Eu minto – assim eu me salvo;

De quê?

De mim – que sou uma canção desafinada;

De mim – que se apodrece no Tempo;

De mim – que as lágrimas deslizam como víbora;

De mim – pour quoi? Mon dieu!

Mon amour pour toi

Mon chanson est triste…

O que devo fazer?

Vou abrir um livro de poemas

Ao pé de uma árvore

E assim desalinharei toda minha sorte

Em rimas e estrofes

Que eu não vejo entre as palavras...

Devo atravessar a barreira do som?

Devo ser o que sou?

Mas o que sou afinal?

Je suis votre corps,

Je suis l’amour corronder votre âme.

Nuvens que vagam no céu a pastar...

E eu, e eu, e eu?

Et moi?

Fico apenas a esperar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores